Sino rosado da Páscoa na abóbada tumular da noite
E as vozes argênteas das estrelas,
Que fazem descer sombria loucura da fronte aterrada do sonâmbulo
Oh, que silencioso o andar pelo rio azul abaixo
Meditando sobre coisas esquecidas, quando nos ramos verdes
O chamamento de um melro levava um ser desconhecido à decadência.
Ou quando, pela ossuda mão do ancião,
Passava à noite pela muralha arruinada da cidade
E aquele levava no casaco negro uma criança rosada,
E o espírito do mal aparecia na sombra da nogueira.
O tactear dos verdes degraus do verão. Oh, como o jardim
Caiu suavemente no silêncio castanho do outono,
Odor e melancolia do velho sabugueiro,
Quando na sombra de Sebastião se extinguiu a voz argêntea do anjo.
E as vozes argênteas das estrelas,
Que fazem descer sombria loucura da fronte aterrada do sonâmbulo
Oh, que silencioso o andar pelo rio azul abaixo
Meditando sobre coisas esquecidas, quando nos ramos verdes
O chamamento de um melro levava um ser desconhecido à decadência.
Ou quando, pela ossuda mão do ancião,
Passava à noite pela muralha arruinada da cidade
E aquele levava no casaco negro uma criança rosada,
E o espírito do mal aparecia na sombra da nogueira.
O tactear dos verdes degraus do verão. Oh, como o jardim
Caiu suavemente no silêncio castanho do outono,
Odor e melancolia do velho sabugueiro,
Quando na sombra de Sebastião se extinguiu a voz argêntea do anjo.
Georg Trakl, Outono Transfigurado, João Barrento (trad.), Assírio e Alvim, 1992.
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