Com que terno pavor se aceita
das planícies a uniformidade
e o arco do céu como doença.
Dele esperando notícia ou serviço,
ao ar submisso apelei, o percurso
compus, e naveguei pelo arco
das viagens que não têm começo.
Onde tenho mais céu é que vagueio,
mas ir de Vorónej, a dos cerros novos,
para os montes toscanos de todos os homens,
impede-mo esta angústia clara.
18 de Janeiro de 1937
Óssip Mandelstam, Fogo Errante, trad. Nina Guerra e Filipe Guerra, Relógio d'Água, 2001
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