domingo, 26 de junho de 2011

Nada

Como mais tarde percebi, ele conhecia-se mal, não se suportava a si próprio, e procurava resolver o problema atribuindo um único motivo a todos os actos e a todas as omissões: o amor próprio. Estava obcecado pela ideia de que a máquina do mundo não nos permite, ao mesmo tempo, ser bons para nós e para os outros. Nunca, mas nunca, nada quebrou a sua solidão.

Christa Wolf, Cassandra, João Barrento (trad.), Livros Cotovia, 1989.

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