quinta-feira, 23 de junho de 2011

Coplas

i
"Ninguém pode perder o que não possui"
Que se lixe essa gema abrasiva.
Eu posso perder o que quero. Eu quero-te.

ii

Minha querida, hei-de lamentar-te
para o resto da vida com ligeira
variação de cadência, minha querida.

iii

Meio-escarnecendo a meia-verdade, noto
«A brevidade feroz do amor sensual»
Sinto-me abalado, até por isso.

iv

É para ele que escrevo, para ela
que falo em contido silêncio. Entre eles
Serão tocados pela paixão que não lhes é familiar?


Geoffrey Hill, Selected Poems, Penguin Books, 2006. Versão Minha

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