Um dia, tínhamos decidido
faltar às aulas, perguntou-me:
«o que fazes de noite
para estares sempre tão triste de manhã?»
A noite: ruas que retemos na memória:
a distracção para tudo o que não seja
o que lábios vêem
ou nada existir para lá do limite rugoso das
palavras, incessantes fulgores
mas que nada restituem
quando estrela alguma cinge o errante.
Jorge Gomes Miranda, Curtas-metragens, Relógio d'Água, 2002
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