quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Como dizia Petrarca

Not far into his twenties, Petrarch left Italy and attached himself to the papal court in Avignon. From there in 1333 he visited Paris and Liège, and at Liège he discovered the speech for Archias, which he copied out in his own hand. Eighteen years later, when a Florentine friend offered him more speeches of Cicero's, he thanked him with a copy of Pro Archia, which he describes in his covering letter (Variae 45)as 'a speech full of wonderful compliments to poets'. There speaks the first poet since Statius to be crowned on the Capitol, who in the adress he composed for the occasion in 1341 quoted Cicero's view that poets are born by divine favour, not made (Pro Archia 18).

Michael D. Reeve, "Classical Scholarship", The Cambridge Companion to Renaissance Humanism, Jill Kraye (ed.), Cambridge University Press, 1996.

A melhor explicação que li acerca disto (poets are born ... not made), ainda que seja uma explicação cum grano salis, continua a ser a de Platão no Íon. Olho para trás, e já devem ter passado uns cinco anos desde que o li, mais coisa menos coisa, e esse texto continua a parecer-me uma maravilhosa reflexão acerca do que é um poeta, do que é o ofício de poeta, cum grano salis e tudo. O Pro Archia é outra coisa, nunca me esqueço de que é retórica.

4 comentários:

  1. Uma expressão que me ficará sempre na memória de quando comecei a aprender Latim vem precisamente do Pro Archia, "et quasi divino spiritu inflari"

    E tive recentemente o prazer de ler o Íon e --diis juvantibus-- talvez vá um pouco mais além dum simples 'ler' nos tempos que se seguem. Fiquei portanto muito contente por o teres referido aqui. Valeas!

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  2. Ora aí está um texto que eu gostaria de reler, se calhar, depois do Deus das Moscas do Golding...é o que vai. No meu tempo (pré-histórico, pré-bolonha) o Íon era estudado numa cadeira chamada Introdução ao Estudo da Literatura, que durava dois semestres e era obrigatoriamente frequentada por todos os alunos que tivessem a tirar um curso na área das literaturas, independentemente da área de especialização: estudos anglísticos, francófonos, clássicas...espero que avance para mais do que um simples ler.
    Cura ut ualeas.

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  3. Ah, Miguel, tenta ler qualquer coisa deste tipo que aqui citei, o Michael D.Reeve, mesmo que não venha a propósito do que estejas a estudar valerá sempre a pena.É um grande clacissista

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  4. A nossa Introdução aos Estudos Literários ainda se mantém, embora numa forma mutilada para além de qualquer possível assemelhação a isso: um semestre apenas, para Clássicas e para Estudos Portugueses.

    E em relação ao Michael Reeve, obrigado pela dica; vou dar agora mesmo uma vista de olhos ao catálogo da faculdade. Obrigado!

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