terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Há gritos inúteis.
Por isso, devo sondar
os movimentos,
as aventuras,
as intuições,
as montanhas verdes desdobradas...
Hoje, senti
nos meus ossos
cinco almas ferozes e confusas.
Mas não te despertei.
Dormias, entre
lençóis de tesouras entraçadas.
Dormias.
Não me atrevi a tocar-te.
As chamas e os olhares
destas cinco almas ferozes
e confusas teriam
jantado à tua mesa - e o drama
da obscuridade deve escapar-te.

Gérard de Cortanze, O Movimento das Coisas, Isabel Aguiar Barcelos (trad.), Campo das Letras, 2002

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