A vida que soçobra
e a respiração de ladrilhos que ao passar
se crava nas têmporas,
ninguém que abrace este corpo
desventurado por avenidas
de uma cidade que conserva,
tal e qual os homens, as ruínas.
Os bares que sem atenção o acolhem
e o misturam com sonhos encobertos,
raparigas que sorriem. A vida
foi esvaziando este coração
ébrio da urina com que os deuses
matam lentamente
aqueles a quem não amam.
José Ángel Cilleruelo, Antologia, Joaquim Manuel Magalhães (trad.), Averno, 2005
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