segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Cur de Constantini donatione composui?...Hoc tantum consideres velim, non odio pape adductum, sed veritatis, sed religionis, sed cuiusdam etiam fame gratia motum, ut quod nemo sciret, id ego scisse solus viderer.*

Isto é Lorenzo Valla a discorrer acerca daquele que é um dos mais famosos feitos da sua carreira de filólogo: a oratio em que refuta a doação de Constantino. O curioso acerca desta afirmação é que este homem acaba por conter nela todo o seu carácter, quem ele mais intimamente era. É ao mesmo tempo uma coisa assustadora (esta acuidade de se delinear a si próprio a meio de uma divagação) e do caraças.

*Qualquer coisa como (e perdoem-me se esta tradução do latim não estiver swell mas eu sou ao contrário dos copistas da Idade Média - latinum est, non legitur): Por que fui eu escrever acerca da doação de Constantino?...Considera isto bem, não fui movido por ódio ao papa, antes por [amor] à verdade, à religião; mas também por um certo desejo de fama: para mostrar que, aquilo que ninguém sabia, isso, eu unicamente [o] sabia.

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