sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Permanece aberta diante de mim,
incansável.
No teu destino de reflexos. Na
tua tristeza profunda. Saberás
um dia bruscamente transpor este
universo de invernos,
este espaço de corredores de escudos de raptos?
Quem saberá dar-te este voo suave, ou esta
terna pálpebra de prados e de altas noites, ou
esta metamorfose dos silêncios nos teus rins?
Quem? Entre a nova onda mascarada?
Em aparência, em hortênsia, em cinzas?

Gérard de Cortanze, O Movimento das Coisas, Isabel Aguiar Barcelos (trad.), Campo das Letras, 2002

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