Acho que com o tempo, toda a gente acaba por colocar na sua lista de leitura um livro que sabe que vai demorar muito tempo a ler, mas que ainda assim sabe que tem de ler. O livro que eu ando há muito tempo a ler é editado por um grego (?), Nikos Stangos, e chama-se Concepts of Modern Art: From Fauvism to Post-Modernism.
Este livro, originalmente publicado em 1981 mas com uma reimpressão em 2006 (realizada pela Thames and Hudson), reúne uma série de ensaios acerca dos diversos movimentos e escolas de arte do séc. XX. Este é o meu livro-que-demora-muito-tempo-a-ler porque está fora do meu esquema regular de leitura, porque é um calhamaço, mas não excessivamente grande, e porque é um livro que não pertence às áreas por onde normalmente se movimentam as minhas leituras e curiosidade. Resolvi lê-lo porque me considero francamente ignorante na matéria sobre a qual ele versa e porque é um assunto sobre o qual tenho imensa curiosidade.
Portanto, este livro inclui-se na matéria do livro «supostamente utilitário», o que deve significar que o exercício crítico e descritivo que estes especialistas fazem sobre os «seus» assuntos, e cumpre a função de elucidar quem entra às cegas por um mundo desconhecido, com o qual pretende conviver, que é o meu caso.
Ando a lê-lo há talvez três meses, muito devagar, e sempre que tenho um pouco de tempo entre outras leituras, profissionais e/ou, digamos, sentimentais, pego nele. Acho que aqui se encontra o mesmo mecanismo daquela anedota sobre Sócrates e a ária de música.
Conta-se que Sócrates, antes de morrer, pôs-se a estudar uma ária (creio que) na flauta (acho que é Platão que conta isto na Apologia de Sócrates), e os amigos, escandalizados pois tratava-se dos seus últimos momentos de vida, perguntaram-lhe porque perdia ele tempo com aquilo. Ele respondeu: para aprender esta ária antes de morrer.
Uma curiosidade que pode parecer não servir para nada, mas serve a vontade de não morrer ignorante, de compreender, de aprender constantemente, de passar uma porção de tempo. Creio que isso é o mais atraente no mundo que os livros guardam.
Este livro, originalmente publicado em 1981 mas com uma reimpressão em 2006 (realizada pela Thames and Hudson), reúne uma série de ensaios acerca dos diversos movimentos e escolas de arte do séc. XX. Este é o meu livro-que-demora-muito-tempo-a-ler porque está fora do meu esquema regular de leitura, porque é um calhamaço, mas não excessivamente grande, e porque é um livro que não pertence às áreas por onde normalmente se movimentam as minhas leituras e curiosidade. Resolvi lê-lo porque me considero francamente ignorante na matéria sobre a qual ele versa e porque é um assunto sobre o qual tenho imensa curiosidade.
Portanto, este livro inclui-se na matéria do livro «supostamente utilitário», o que deve significar que o exercício crítico e descritivo que estes especialistas fazem sobre os «seus» assuntos, e cumpre a função de elucidar quem entra às cegas por um mundo desconhecido, com o qual pretende conviver, que é o meu caso.
Ando a lê-lo há talvez três meses, muito devagar, e sempre que tenho um pouco de tempo entre outras leituras, profissionais e/ou, digamos, sentimentais, pego nele. Acho que aqui se encontra o mesmo mecanismo daquela anedota sobre Sócrates e a ária de música.
Conta-se que Sócrates, antes de morrer, pôs-se a estudar uma ária (creio que) na flauta (acho que é Platão que conta isto na Apologia de Sócrates), e os amigos, escandalizados pois tratava-se dos seus últimos momentos de vida, perguntaram-lhe porque perdia ele tempo com aquilo. Ele respondeu: para aprender esta ária antes de morrer.
Uma curiosidade que pode parecer não servir para nada, mas serve a vontade de não morrer ignorante, de compreender, de aprender constantemente, de passar uma porção de tempo. Creio que isso é o mais atraente no mundo que os livros guardam.
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