Apodrece o rochedo
De onde provenho
E ao qual entoo os meus cânticos sagrados...
Subitamente, precipito-me do caminho
E águas murmuram em mim
Na distância, só, sobre pedras de lamentação,
Em direcção ao mar.
Jorrei-me para tão longe
Do mosto mal fermentado
Do meu sangue.
E sempre e ainda o eco
Dentro de mim,
Quando, voltados para o Oriente,
Os ossos do rochedo apodrecido,
O meu povo,
Lançam um grito terrível para Deus.
Else Lasker-Schüller, Baladas Hebraicas, João Barrento (trad.), Assírio e Alvim, 2002.
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