Os olhos de Caim não agradam a Deus,
O rosto de Abel é um jardim dourado,
Os olhos de Abel são rouxinóis.
É sempre cristalina a voz de Abel
Acompanhando as cordas da sua alma,
Mas pelo corpo de Caim passam os fossos da cidade.
E está escrito que matará o irmão -
Abel, Abel, o teu sangue dá ao céu uma cor carregada.
Onde está Caim? Quero enfrentá-lo e dizer:
Mataste os pássaros da brandura
No rosto do teu irmão?!
Else Lasker-Schüller, Baladas Hebraicas, João Barrento (trad.), Assírio e Alvim, 2002.
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