1.
Voltemos a isto, à contagem dos erros
na soma do mundo, à impotência do riso
contra tudo o que não sabemos mudar:
a morte, o egoísmo, o levadiço coração
humano. Porque não há mais nada (ok
há o amor - vai-te foder) e no mercado
do juízo a catequese está em alta.
Regressemos à toada desta fábrica de luz
defeituosa, intermitente como a vida.
Se não há melhor emprego para a culpa
e os domingos custam dias a passar.
José Miguel Silva, Erros Individuais, Relógio d'Água, 2010.
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