quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Pensou, pessoanamente

pensou, pessoanamente, Se eu fumasse, acenderia agora um cigarro, a olhar o rio, pensando como tudo é vário e vago, assim, não fumando, apenas pensarei que tudo é vário e vago, realmente, mas sem cigarro, ainda que o cigarro, se o fumasse, por si mesmo exprimisse a variedade e a vaguidade das coisas, como o fumo, se fumasse. O revisor demora-se à janela, ninguém o chamará 
José Saramago, História do Cerco de Lisboa, Caminho, 2008 (8ª edição).

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