Penso num longíquo mar, num porto, nas secretas
ruas desse porto; no que outrora neles era,
e no que hoje aqui sou, e aos deuses as mãos
suplicantes ergo, para que me não castiguem
por uma última vitória que desejo tanto
(mas o coração, por doçura, mal sentia);
penso na sereia sombria
- beijos, embriaguez, delírio -; penso em Ulisses
que aí de um leito triste se levanta.
Umberto Saba, Poesia, Tradução de José Manuel de Vasconcelos, Assírio & Alvim, 2010.
Sem comentários:
Enviar um comentário