6.
Quando ao som da lira Corina cantanem as palavras nem a música lhe pertencemsó o longo cabelo descendo-lhe pelo rosto, só a cançãode seda nos joelhose estesajustados no reflexo de um olhar.
Atenta, trémula e insatisfeita, anteuma porta destrancada, essa gaiola das gaiolas,diz-nos, tu pássaro, tu máquina trágica -será isto fertilisante douleur? Aprisionadapelo amor, para ti a única acção natural,estarás tu de gume mais afiadopara forçar os segredos da cripta? ter-te-á a Naturezamostrado a sua contabilidade doméstica, nora,que os seus filhos nunca viram?
Adrienne Rich, Uma Paciência Selvagem, Maria Ramalho e Monica Andrade (trad.), Livros Cotovia, Lisboa, 2008

Quando ao som da lira Corina cantanem as palavras nem a música lhe pertencemsó o longo cabelo descendo-lhe pelo rosto, só a cançãode seda nos joelhose estesajustados no reflexo de um olhar.
Atenta, trémula e insatisfeita, anteuma porta destrancada, essa gaiola das gaiolas,diz-nos, tu pássaro, tu máquina trágica -será isto fertilisante douleur? Aprisionadapelo amor, para ti a única acção natural,estarás tu de gume mais afiadopara forçar os segredos da cripta? ter-te-á a Naturezamostrado a sua contabilidade doméstica, nora,que os seus filhos nunca viram?
Adrienne Rich, Uma Paciência Selvagem, Maria Ramalho e Monica Andrade (trad.), Livros Cotovia, Lisboa, 2008
Sem comentários:
Enviar um comentário