segunda-feira, 16 de agosto de 2010

De «Pensando no fenómeno da pintura»

Rostos de infância, dos medos de infância cujo enredo e o objecto nos esquecemos mais depressa do que a sua memória, rostos que não acreditam que tudo se tenha resolvido com a passagem à idade adulta, que ainda temem o terrível retorno.
Rostos da vontade, talvez, que nos precede sempre e tende a predeterminar todas as coisas; rostos também da busca e do desejo.

Henri Michaux, Antologia, Margarida Vale de Gato (trad.), Relógio d'Água, 1999.

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