a quem o inimigo alcançou junto à cratera
em voo na direcção do campo perdido.
Eu - O Desgosto.
Eu - garganta da guerra,
nas principais cidades
no Inverno de 1941.
Eu - A Fome.
Eu - o pescoço
da mulher enforcada cujo corpo balouça
como um sino na praça vazia.
Eu - Goya.
Ó uvas da punição!
Apontei, viril, para Ocidente -
sou as cinzas de quem não foi convidado!
Nas tábuas do céu preguei estrelas duras -
duras como pregos.
Eu - Goya.
1959
Andrei Voznessenski, Antimundos, Cadernos de Poesia 12, Tradução de Clara Schwarz da Silva, Versão de Armando da Silva Carvalho, Publicações Dom Quixote, 1970.
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