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terça-feira, 24 de agosto de 2010

...tu vais ficar
no rosto de quem amas
não com palavras de pedra...

Andrei Voznessenski, Antimundos, Cadernos de Poesia 12, Tradução de Clara Schwarz da Silva, Versão de Armando da Silva Carvalho, Publicações Dom Quixote, 1970.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Goya

Eu - Goya
a quem o inimigo alcançou junto à cratera
em voo na direcção do campo perdido.

Eu - O Desgosto.

Eu - garganta da guerra,
nas principais cidades
no Inverno de 1941.

Eu - A Fome.

Eu - o pescoço
da mulher enforcada cujo corpo balouça
como um sino na praça vazia.

Eu - Goya.

Ó uvas da punição!
Apontei, viril, para Ocidente -
sou as cinzas de quem não foi convidado!
Nas tábuas do céu preguei estrelas duras -
duras como pregos.

Eu - Goya.

1959

Andrei Voznessenski, Antimundos, Cadernos de Poesia 12, Tradução de Clara Schwarz da Silva, Versão de Armando da Silva Carvalho, Publicações Dom Quixote, 1970.

sábado, 21 de agosto de 2010

...

Silêncio

Isto é um lago perto da fronteira.
São três pinheiros.

Aqui se concentrou
o espanto
de vidas, de nuvens e de alturas.

Andrei Voznessenski, Antimundos, Cadernos de Poesia 12, Tradução de Clara Schwarz da Silva, Versão de Armando da Silva Carvalho, Publicações Dom Quixote, 1970