Na noite mais desesperante para os Aqueus, quando se encontram encerrados nos seus barcos devido ao assalto dos sitiados, quando, juntamente com Diomedes, está para partir na arriscada missão de ir colher algum segredo ao acampamento inimigo, chega a Odisseu o grito de uma garça invisível. É Atena que revela a sua presença. Então, Odisseu dirige-se à deusa que sempre esteve a seu lado. Pronuncia poucas palavras secas e íntimas, menos de metade daquelas que, logo a seguir, Diomedes lhe dirigirá. Odisseu não recorda antecedentes paternos nem promete sacrifícios. Diz à deusa: «Ama-me mais uma vez, Atena, o mais possível»
Roberto Calasso, As Núpcias de Cadmo e Harmonia, Maria Jorge Vilar de Figueiredo (trad.), Livros Cotovia, 1990.
Roberto Calasso, As Núpcias de Cadmo e Harmonia, Maria Jorge Vilar de Figueiredo (trad.), Livros Cotovia, 1990.
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