Não esqueçamos nunca - disse - as boas lições, aquelas
da arte dos Gregos. Sempre o celeste lado a lado
com o quotidiano. Ao lado do homem, o animal e a coisa -
uma pulseira no braço da deusa nua; uma flor
caída no chão. Recordai as formosas representações
nos nossos vasos de barro - os deuses com os pássaros e
..............................................................[com outros animais,
e juntamente a lira, um martelo, uma maçã, a arca, as
..............................................................................[tenazes;
ah!, e aquele poema em que o deus, ao terminar o trabalho,
retira o fole de junto do fogo, recolhe uma a uma as
..................................................................[ferramentas
dentro da arca de prata; depois, com uma esponja, limpa
o rosto, as mãos, o pescoço nervudo, o peito peludo.
Assim, limpo, bem arranjado, sai à tardinha, apoiado
nos ombros de efebos todos de oiro - trabalhos de suas
.....................................................................................[mãos
que têm força, e pensamento, e voz; sai - para a rua,
mais magnífico que todos, o deus coxo, o deus operário.
Giánnis Ritsos, Antologia, Custódio Magueijo (trad.), Fora do Texto, 1993.
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