Tem furos na consciência, este rapaz. Tem a memória em cacos. Que fará da minha infância quando entrar nesse rasgão com que deu a todo o comprimento dela? Que sabe ele do labirinto onde uma letra se extravia ou do horizonte em que pressinto um sublinhado? Ignoro o que ele fará, bem como o que dirá ao ver num poema o céu em entrelinhas.
Luís Miguel Nava, Poesia Completa: 1979 - 1994, Publicações D. Quixote, 2002
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