quinta-feira, 7 de abril de 2011

Uma variação sobre Sócrates

Pertenço infelizmente àquela casta de idiotas que acha que qualquer forma de conhecimento que se possa adquirir é sempre limitada (nunca saberemos tudo de tudo, académica e vivamente falando) e que o que sabemos nunca deve ser feito ou julgado forma de poder, vantagem ou nobilitas sobre terceiros. O pouco que sei, a mim, serve-me para medir mais a minha ignorância do que para enfiar em relevo o aprendido, limitado que sei que está à partida, pois que nunca será tudo. Desta forma, de volta a Sócrates e à Apologia de Sócrates: só sei que nada sei. Na escola aprendi grego, com o meu tio a jogar à malha, ambas as coisas por acaso me têm dado jeito e alegria, nunca vi em nenhuma delas sobre outros vantagem e no dia em que tiver de o fazer, acabou, desisto. No que podemos saber está a alegria da partilha, da troca, o que sabemos torna-se pesado cadáver quando o queremos lançar à cara de outros como um peso, como humilhação por não o saberem. O que é realmente a sabedoria e onde está?, porque não está aí.

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