O ser começa entre as minhas mãos de homem.
O ser,
todas as mãos,
qualquer palavra que se diga no mundo,
o trabalho da tua morte,
Deus que não trabalha.
Mas o não ser também começa entre as minhas mãos de homem.
O não-ser,
todas as mãos,
a palavra que se diz fora do mundo,
as férias da tua morte,
a fadiga de Deus,
a mãe que nunca terá filho,
meu não morrer ontem.
Mas as minhas mãos de homem onde começam?
Roberto Juarroz, Poesia Vertical, Arnaldo Saraiva (trad.), 1998.
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