Meu corpo desperta sou juvenil e bela
E murmuro um cantar da minha infância
Numa suave cama meu corpo como um íman
Desenha um céu de estrelas visto em sonhos
Todos me perderam de ninguém sou
Contudo sou como um espelho volante
Ofereço meu riso às fáceis cortesias
Meus seios têm a idade de ser acariciados
Como um sino pela tempestade atroz
Como um pão raro por quem saciou a fome
Posso limitar o poderia dos deuses
E deitar abaixo a sua imaginação
Ser mortal reproduzindo-me
Ser eterna destruindo o tempo
Hei-de corar quando o frio me tomar
E serei de neve nas chamas
Paul Eluard, Léda, 1949, Antologia, Tradução de António Ramos Rosa, Tempo de Poesia n.º8
E murmuro um cantar da minha infância
Numa suave cama meu corpo como um íman
Desenha um céu de estrelas visto em sonhos
Todos me perderam de ninguém sou
Contudo sou como um espelho volante
Ofereço meu riso às fáceis cortesias
Meus seios têm a idade de ser acariciados
Como um sino pela tempestade atroz
Como um pão raro por quem saciou a fome
Posso limitar o poderia dos deuses
E deitar abaixo a sua imaginação
Ser mortal reproduzindo-me
Ser eterna destruindo o tempo
Hei-de corar quando o frio me tomar
E serei de neve nas chamas
Paul Eluard, Léda, 1949, Antologia, Tradução de António Ramos Rosa, Tempo de Poesia n.º8
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