O meu olhar espera-me nas coisas,
para me olhar a partir delas
e me despojar do meu olhar.
A minha memória espera-me nas coisas
para me provar que não existe o olvido.
E as coisas apoiam-se em mim,
como se eu, que não tenho raiz,
fosse a raiz que lhes falta.
Será que talvez as coisas
também esperem por mim?
Será que tudo o que existe
se espera fora de si?
Será afinal que os meus braços
estão abertos para me abraçar?
Roberto Juarroz, Poesia Vertical, Arnaldo Saraiva, Campo das Letras, 1998
para me olhar a partir delas
e me despojar do meu olhar.
A minha memória espera-me nas coisas
para me provar que não existe o olvido.
E as coisas apoiam-se em mim,
como se eu, que não tenho raiz,
fosse a raiz que lhes falta.
Será que talvez as coisas
também esperem por mim?
Será que tudo o que existe
se espera fora de si?
Será afinal que os meus braços
estão abertos para me abraçar?
Roberto Juarroz, Poesia Vertical, Arnaldo Saraiva, Campo das Letras, 1998
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