Para apagar o teu nome,
ardente corpo que na terra aguardas
como um deus o esquecimento, aqui te chamo,
limite de uma vida, aqui, exacto
corpo que ardeu. Não sepulcro, terra livre.
Lançai ao passar vosso olhar lento,
o que uma dura pedra vos pedisse,
ou o que pede uma árvore sem pássaros,
casta na noite, em nua vigília.
Nunca o rumor de um rio aqui se escute,
Sob a profunda terra o morto vive
como absoluta terra.
Homem, passa:
não sobre um peito soarão teus passos.
Vicente Aleixandre, Antologia de Vicente Aleixandre, Selecção, tradução e notas de José Bento, Editorial Inova, 1977
ardente corpo que na terra aguardas
como um deus o esquecimento, aqui te chamo,
limite de uma vida, aqui, exacto
corpo que ardeu. Não sepulcro, terra livre.
Lançai ao passar vosso olhar lento,
o que uma dura pedra vos pedisse,
ou o que pede uma árvore sem pássaros,
casta na noite, em nua vigília.
Nunca o rumor de um rio aqui se escute,
Sob a profunda terra o morto vive
como absoluta terra.
Homem, passa:
não sobre um peito soarão teus passos.
Vicente Aleixandre, Antologia de Vicente Aleixandre, Selecção, tradução e notas de José Bento, Editorial Inova, 1977
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