Eu mantinha-me de pé, encostado à porta, tão pálido que ele sentiu medo. «Adeus», murmurei com voz morta, «adeus. Enchias-me a vida e eu não via mais nada senão tu. Agora, o que vai ser de mim? Para onde hei-de ir? Como poderei esperar pela noite, e depois da noite pelo dia, e pela manhã, e pelo depois-de-amanhã? Como vou passar as semanas?» Eu só via um quarto turvo que se movia através das lágrimas, e contava pelos dedos com um gesto idiota.
Jean Cocteau, O Livro Branco, Aníbal Fernandes (trad.), Assírio & Alvim, 2010
Jean Cocteau, O Livro Branco, Aníbal Fernandes (trad.), Assírio & Alvim, 2010
Adoro esses momentos em que o Cocteau abraça os excessos poético-melodramáticos. Eh, eh.
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