o profeta anuncia os personagens
por ordem alfabética
e vira as ampulhetas o futuro é o último sangue
ainda não derramado
pouparão as muralhas os meus olhos em alvo
por eles me fiz náufrago no dorso das areias
por elas o meu peito aguarda que o resgatem
todo o olhar
é um rio
que brota para dentro e mancha o coração o profeta
é um manto tecedor de oráculos
e nós quem o sustem acima do destino
Carlos Nogueira Pinto, Segundo Livro de Ishtar, Limiar, 1994
Sem comentários:
Enviar um comentário