quinta-feira, 18 de março de 2010

Desamparo

Não posso olhar de frente as torres deste castelo
habitado pelas trevas.
Quando os lobos uivam e aberta já está a lua,
as flores amargas dos teus olhos
desfazem-se aos meus pés.
E o pó, as cinzas, os restos de tudo o que
respirava,
amontoam-se à beira deste mar.

José Agostinho Baptista, Agora e na Hora da nossa Morte, Assírio & Alvim, 1998

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