sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Dois poemas da Antologia Palatina

1. de Estratão de Sardes*

«Comecemos com Zeus», dizia Arato;
mas, Musas, hoje não vos aborreço.
Se amo rapazes e com eles me meto,
as Musas do Hélicon, que têm com isso?

2. de  Estratão de Sardes

Nestas minhas tabuinhas não busques o piedoso Príamo,
nem os sofrimentos de Medeia e Níobe,
nem Ítis nos seus aposentos, nem nas pétalas os rouxinóis,
sobre tudo isso tagarelavam em abundância os meus predecessores;
Mas o aprazível Amor de alegres Graças rodeado
e Baco rumoroso? Esses aos sisudos nunca se mostram.

*O texto grego que serviu de base a esta tradução é o que foi fixado por R. Aubreton, F. Buffière e J. Irigoin no Tomo XI (Livro XII) da edição da Anthologie Grecque preparada para as Belles Lettres. Os poemas são os da Musa Paedika. A edição de que me servi  é a de 2002. Sobre Estratão de Sardes cf. wikipedia.

Texto grego de 1
Ἐκ Διὸς αρχώμεστα, καϑὼς εἴρηκεν Ἄρατος·
ὑμῖν δ᾿, ὦ Μοῦσαι, σήμερον οὐκ ἐνοχλῶ.
εἰ γὰρ εγὼ παῖδὰς τε ϕιλῶ καὶ παισὶν ὁμιλῶ,
τοῦτο τί πρὸς Μούσας τὰς Ἑλικωνιάδας;

Texto grego de 2

Μὴ ζήτει δέλτοισιν ἐμαῖς Πρίαμον παρὰ βωμοῖς,
μηδὲ τὰ Μηδείης πένϑεα καὶ Νιόβης,
μηδ᾿ Ἴτυν ἐν ϑαλάμοις καὶ ἀηδόνας ἐν πετάλοισιν·
ταῦτα γὰρ οἱ πρότεροι πάντα χύδην ἔγραϕον·
ἀλλ᾿ ἱλαραῖς Χαρίτεσσι μεμιγμένον ἡδὺν  Ἔρωτα
καὶ Βρόμιον τούτοις δ' ὀϕρύες οὐκ ἔπρεπον

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