Alcibíades não nos deixou nenhuma revelação acerca de Esparta. Mas falou com Tucídides. E em Tucídides parece que a miragem de Esparta se dissipou completamente. Conhece e avalia as acções dos Espartanos do interior, como se a engrenagem estivesse diante dos seus olhos movida por duas alavancas poderosas: a mentira e a força. Antes de serem exterminados pelos Atenienses os habitantes de Melos confiavam na ajuda dos Espartanos. Os enviados atenienses tentaram em vão sugerir-lhes o quão ruinosa era a esperança naqueles que «mais claramente do que quaisquer outros que nós conhecemos consideram belo o que lhes agrada e justo o que lhes convém».
Roberto Calasso, As Núpcias de Cadmo e Harmonia, Maria Jorge Vilar de Figueiredo (trad.), Livros Cotovia, 1990.
Trasímaco avant la lettre, ai se eu vejo o Tucídides da Gulbenkian até faço uma libação a Thot.
ResponderEliminarMe too. Nunca mais...
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