A escrita talvez não possa dar verdadeiramente voz à desolação absoluta, ao nada da vida, a esses momentos na qual ela é só vazio, privação, horror. Já o simples facto de se escrever enche de certo modo o vazio, dá-lhe forma, torna comunicável o horror e portanto, ainda que em escassa medida, triunfa sobre tudo isso.
Claudio Magris, Danúbio, Miguel Serras Pereira (trad.), Quetzal, 2010
(Vivesse Heródoto neste tempo e teria dado em Claudio Magris.)
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