De vez em quando lembro-me daqueles versos de Pound em que ele diz ser um poeta que bebe da vida como homens menores bebem vinho. Lesser men. Durante muito tempo pensei nisto como a negação de uma metafísica para a poesia da parte de Pound, o que é uma ideia, se não evidentemente idiota, pelo menos limitativa. O vinho, que te tolda os sentidos e te entaramela a fala, e que é, como a poesia, uma invenção dos Gregos, aponta afinal para esse contacto com o irracional que é uma das formas por excelência do que quer que possa existir de metafísico - e para mim existe - em usar da vida para escrever. Uma coisa e a outra são a mesma. Uma face da moeda corrobora a outra.
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