Excerpto de uma canção anónyma, composta em Coimbra, em Janeiro de 1641. Actualizei a orthographia para não chocar os adeptos da inmutabilidade da escripta. Mantive, no entanto, a graphia que pode denunciar uma realização phonética differente da actual.
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E tu ó Lusitâna pátria amada,se qual Cassiopea de fermosa
contra o Céu conspirada te atreveste,
tua Lisboa, Andrómeda presada,
se a chegaste a olhar tão lastimosa
que presa ao horrível monstro ofreceste:
o Perseu que tiveste
e a quem Minerva segue,
pera que a liberdade lhe não negue,
tal amor nele vejo,
que vem voando em asas de desejo
e, qual ladrão de Europa, em chuva de ouro
rica te deixa só com seu tesouro.
[...]
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