Já aqui tenho falado do monumental Philippus Prudens, de Juan Caramuel Lobkowitz, que, em 1639, se dedicou em mais de 400 páginas de excelente latim a provar a legitimidade dos Filipes ao trono português. Parecia que adivinhava o que aconteceria um ano depois.
Logo em 1641 foi publicada a resposta portuguesa, no Manifesto do Reyno de Portugal, que se dedica, inversamente, a provar a ilegitimidade dos Filipes, e a legitimidade dos Braganças, em 1580, na pessoa de D. Catarina, e em 1640, na de D. João IV.
Um ano volvido, em 1642, Caramuel volta à carga, com uma Respuesta al Manifiesto del Reyno de Portugal, na qual retoma de forma sintética as teses defendidas no Philippus Prudens. Na edição de 1665, o prefácio é enriquecido com uma desconcertante citação: Marcial III,8.
Logo em 1641 foi publicada a resposta portuguesa, no Manifesto do Reyno de Portugal, que se dedica, inversamente, a provar a ilegitimidade dos Filipes, e a legitimidade dos Braganças, em 1580, na pessoa de D. Catarina, e em 1640, na de D. João IV.
Um ano volvido, em 1642, Caramuel volta à carga, com uma Respuesta al Manifiesto del Reyno de Portugal, na qual retoma de forma sintética as teses defendidas no Philippus Prudens. Na edição de 1665, o prefácio é enriquecido com uma desconcertante citação: Marcial III,8.
Y pues hauemos visto, que no se aprouecha de dos ojos el Duque de Bergança, con facilidad probaremos que está ciego el Pueblo Portuguez. Tómo por fundamento para persuadir esta verdad dos lineas de otro ingenio Español.
Tháida Quinctus amat. Quam Tháida: Thaida luscã.
Vnum oculum Tháis non habet, ille duos.
Habló en lengua estrangera, que en su materna huuiera dicho.
Quinto ama a Tháis. Y qual vos
Decis? La del ojo tuerto:
Que a Tháis falta un ojo es cierto,
Pero a Quinto ambos a dos.
Mira a su Vtilidad, no a su Conciencia el Duque: y asi, como decíamos, carece del ojo principal su Politica: pero la del pueblo Portugues, ni mira la honra de Dios, ni la utilidad propria, y assi es ciega, y carece de entrambos.
É preciso lembrar que, em 1665, continuava a guerra entre Portugal e Espanha, e que só 3 anos depois, em Fevereiro de 1668, seria assinada a paz, e consequentemente reconhecida a independência restaurada em 1 de Dezembro de 1640.
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