segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Aqui estou, no meio da planura...

Aqui estou, no meio da planura,
como estátua, imóvel.
Cobre o deserto silêncio sepulcral,
qual sudário cobre o morto.
Ao longe, um homem ceifa;
pára agora mesmo,
e afia a foice...
A lâmina não se ouve,
vejo somente como a mão se move.
E olha, agora,
comigo se admira, mas eu nem pestanejo.
Que pensará que eu penso acerca dele?

Petófi Sándor in Antologia da Poesia Húngara, Ernesto Rodrigues (selecção e tradução), Âncora Editores, 2002.

Sem comentários:

Enviar um comentário