Estas às vezes vagarosas ilusões
em breve desistidas abrem
no meio das frases
lugares de sombra, desiguais tempestades.
E arrancam ocultas folhagens,
rastros de cólera, madeiras
corroídas pela torquez
da impaciência.
E ao mover os dedos,
a tua imensa sombra
arde no sublime cenário
destas imagens.
E assomam mais ferozes
águas, desiguais
tempestades...
Destas duras tábuas ergues
sustos singulares, cruéis fulgores,
tormentos. E nas espáduas depois
vejo rebentar o linho.
O fulgor magoado
das escarpas, os ombros
cobertos de giz.
Não digas súplicas, abre a
janela, olha os mesmos
subúrbios onde a luz parece
atravessar as sebes calcinadas.
E com esse brilho arterial
devasta a cor dos lábios.
Destrói portas, leva-nos
pelas frases dentro até
sentirmos sucumbir este céu
sob o inquieto rumor
destas duras tábuas
justamente.
Fernando Luís, Sólon, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1987
em breve desistidas abrem
no meio das frases
lugares de sombra, desiguais tempestades.
E arrancam ocultas folhagens,
rastros de cólera, madeiras
corroídas pela torquez
da impaciência.
E ao mover os dedos,
a tua imensa sombra
arde no sublime cenário
destas imagens.
E assomam mais ferozes
águas, desiguais
tempestades...
Destas duras tábuas ergues
sustos singulares, cruéis fulgores,
tormentos. E nas espáduas depois
vejo rebentar o linho.
O fulgor magoado
das escarpas, os ombros
cobertos de giz.
Não digas súplicas, abre a
janela, olha os mesmos
subúrbios onde a luz parece
atravessar as sebes calcinadas.
E com esse brilho arterial
devasta a cor dos lábios.
Destrói portas, leva-nos
pelas frases dentro até
sentirmos sucumbir este céu
sob o inquieto rumor
destas duras tábuas
justamente.
Fernando Luís, Sólon, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1987
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