«A justiça concentra em si todas as excelências.» É assim, de modo supremo a mais completa das excelências. É, na verdade, o uso da excelência completa. É completa, porque quem a possuir tem o poder a usar não apenas só para si, mas também com outrem. Pois, de facto, há muitos que têm o poder de fazer uso da excelência em assuntos que lhes pertencem e dizem respeito, mas são impotentes para o fazer em relação a outrem. E é por esse motivo que parece estar correcto o dito de Bias, segundo o qual «o cargo público revela aquilo de que um homem é capaz», porque no desempenho das suas funções já se está em relação com outrem e em comunidade.
É por esta razão, então, que a justiça é a única das excelências que parece também ser um bem que pertence a outrem, porque, efectivamente, envolve uma relação com outrem, isto é, produz pela sua acção o que é de interesse para outrem (...)
É por esta razão, então, que a justiça é a única das excelências que parece também ser um bem que pertence a outrem, porque, efectivamente, envolve uma relação com outrem, isto é, produz pela sua acção o que é de interesse para outrem (...)
Aristóteles, Ética a Nicómaco, António de Castro Caeiro, Quetzal, 2006 (segunda edição).
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