sábado, 17 de março de 2012

Amo, volo ut sis

Hannah Arendt for Martin Heidegger:

For already early in her life, strangeness and tenderness threatened to become inseparable. Tenderness meant shy, reticent affection, not surrendering, but a probing that was caress, joy, and surprise at strange forms.
(...)
Her independence and idiosyncrasy were actually based in a true passion she had conceived for anything odd. Thus, she was used to seeing something noteworthy even in what was apparently most natural and banal; indeed, when the simplicity and ordinariness of life struck her to the core, it did not occur to her, upon reflection, or even emotionally, that anything she experienced could be banal, a worthless nothing that the rest of the world took for granted and that was no longer worthy of comment.


Martin Heidegger for Hannah Arendt:

Thank you for your letters - for how you have accepted me into your love - beloved. Do you know that this is the most difficult thing a human is given to endure? For anything else, there are methods, aids, limits, and understanding - here alone everything means: to be in one's love = to be forced into one's innermost existence. Amo means volo, ut sis, Augustine once said: I love you - I want you to be what you are.


Letters, 1925-1975, Hannah Arendt and Martin Heidegger, Andrew Shields (trad). Harcourt Books: 2004.

11 comentários:

  1. Santo Agostinho sabia cenas, Heidegger sabia de piropos!

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  2. Bem, acho que nunca mais vou olhar para o livro da Arendt sobre o Amor em St. Agostinho da mesma maneira. "Os livros são cartas compridas aos amigos", dizia o outro. Ou aos namorados, ao que parece.

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  3. Tat, é verdade, pelo menos no contexto desta relação. Não deixa de ser bonito. Miguel, nas notas do livro é referido que essa frase a terá acompanhado e chamado a atenção para Santo Agostinho. Não sei até que ponto isto é credível, mas utilizou-a também numa carta ao segundo marido e em comentários ao Lectures on Kant's Political Philosophy. O Heidegger realmente sabia de piropos ;)

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  4. Piropos filosóficos são demasiado preciosos para não serem reutilizáveis, estou a ver.

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  5. Não podia ter escrito coisas destas em vão, Santo Agostinho... a true waste of his talents...

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  6. Bem, se formos por aí consta que o St. Agostinho também se tinha consideravelmente exercitado na arte do piropo.

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  7. Ele próprio tagarela amplamente sobre isso...

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  8. Parem de profanar o meu post e vão estudar Grego os dois. Melhor do que isso só os presentes de aniversário do Jaquim (desculpa Miguel, é uma piada para a Tatiana).

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  9. Sabes que o Sebastião também não tinha ultrapassado isso? P.S. Acho que os poemas que vou ler na quarta incluem: 1 barbeiro turco; 2 prostitutas; 1 insulto velado a t.s.eliot ... e no entanto ... não chegam ao presente de aniversário do Jaquim... a nossa geração é hardcore o tanas, aquela malta é que sabia...

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  10. Ao eliot, não te ensinaram na escola que era o melhor poeta do século XX? Que vergonha ;) Estavam a colher os frutos da liberdade à grande, ou seja, grandes vidas. Visitas à morgue e cenas... Era hardcore a sério.

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  11. Como insinuou aquele senhor do alto da sua cátedra, estava tudo no mesmo grupo, é tudo a mesma coisa. Não percebeste isso, carambas?! :P Era um bando de gente wild.

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