quarta-feira, 26 de maio de 2010

Jerusalém I

Já tarde, perto do fim,
o fia ainda se enche de luz.

Cidade que de noite não petrifica
em negro mas se dissolve num torpor
de amarelo e cor de rosa,
até que um candeeiro após outro
se transforma num ponto que a prende.

Parece que havia aqui hoje
uma cidade. Havia uma cidade?
Sim uma cidade de pedra.

Como era cremosa e todavia cintilante
a luz, como a noite chegava
tão devagar e tão depressa também.

Judith Herzberg, O que resta do dia: Antologia de Poesia com um Texto em Prosa, Ana Maria Carvalho (trad.) Cavalo de Ferro, 2008.

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