São agora oito e meia, um aquecedor a gás, túlipas amarelas e vermelhas, e de repente, do pé para a mão, uma pastilha de chocolate da marca Droste, da tia Hes' e as três pinhas do urzal de Laten que ainda estão espalhadas junto à rapariga marroquina e ao Púchkin.
Sinto-me tão «normal», tão muitíssimo normal e satisfeita, assim sem aqueles pensamentos profundos e torturantes e pesados, mas tão normalíssima, tão cheia de vida e muito profunda, porém uma profundidade que pode ser encarada como normal.
Etty Hillesum, Diário: 1941-1943, Maria Leonor Raven-Gomes (trad.), Assírio & Alvim, 2009 (3ª ed.).
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