Francamente - porque pensam que eu escrevo? Para incomodar o maior número de pessoas, com o máximo de inteligência. Por narcisismo, que é um facto civilizador. Para ganhar a vida e figurar no Larousse com o mesmo realismo utópico aplicado a Madame Pompadour. Que, sendo pequenina e abonecada, ali se apresenta como «grande, bien faite». A fama de uma pessoa confunde o juízo, como o amor fabuloso e o erotismo pedante.
Escrevo para desiludir com mérito, que é a maneira de se fazer lembrar com virtude.
Agustina Bessa-Luís, Contemplação Carinhosa da Angústia, Guimarães Editores, 2000 (seg. ed.)
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