sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Há que amar a mulher que disse:

Francamente - porque pensam que eu escrevo? Para incomodar o maior número de pessoas, com o máximo de inteligência. Por narcisismo, que é um facto civilizador. Para ganhar a vida e figurar no Larousse com o mesmo realismo utópico aplicado a Madame Pompadour. Que, sendo pequenina e abonecada, ali se apresenta como «grande, bien faite». A fama de uma pessoa confunde o juízo, como o amor fabuloso e o erotismo pedante.
Escrevo para desiludir com mérito, que é a maneira de se fazer lembrar com virtude.

Agustina Bessa-Luís, Contemplação Carinhosa da Angústia, Guimarães Editores, 2000 (seg. ed.)

Sem comentários:

Enviar um comentário