segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Há pessoas cujos cabelos a dor

Há pessoas cujos cabelos a dor
embranquece de um dia para o outro
e pessoas que morrem um mês
uma semana depois de finadas
as pessoas que adoram
e ouvi mesmo falar de um cão cuja
vida acabou debaixo
do caixão de seu dono
Não vejo como algo
assim poderia acontecer comigo:
é pelas beiradas
(como tudo)
que a dor me come.

Simone Brantes in A Poesia Andando: Treze Poetas no Brasil: Antologia, Marília Garcia e Valeska de Aguirre (org.), Colecção de Poesia Inimigo Rumor, Edições Cotovia, 2008

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