sábado, 12 de fevereiro de 2011

109

Virá um dia um homem
que, lançado sobre ti, tente despir-te
do teu luto de ignota,
- palavra minha, hoje tão nua, tão clara!
Um homem que te creia
sombra feita água de delgado murmúrio,
a ti, voz minha, água
de luz tão simples!

Juan Rámon Jimenez, Antologia Poética, José Bento (trad.), Relógio d'Água, 1992

2 comentários:

  1. belo poema. por vezes as simples palavras de Jimenez são desarmantes.

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  2. muito delicado sem que para isso prescinda de ser exacto, foi a impressão que guardei.

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