Minha vida não é esta hora abrupta
em que me vês tão açodado.
Sou uma árvore em frente do meu fundo,
sou só uma das minhas muitas bocas
e, delas, a que mais cedo se fecha.
Sou o silêncio que há entre duas notas
que só a custo se acostumam uma à outra:
porque a da morte quer elevar-se -
Mas no intervalo escuro se congraçam
ambas trémulas.
E a melodia é bela.
Rainer Maria Rilke, Livro das Horas, Livro Primeiro: O Livro da Vida Monástica (in Poemas, As Elegias de Duíno, Sonetos a Orfeu, Editorial Asa, Porto, 2003⁵, trad. Paulo Quintela)
em que me vês tão açodado.
Sou uma árvore em frente do meu fundo,
sou só uma das minhas muitas bocas
e, delas, a que mais cedo se fecha.
Sou o silêncio que há entre duas notas
que só a custo se acostumam uma à outra:
porque a da morte quer elevar-se -
Mas no intervalo escuro se congraçam
ambas trémulas.
E a melodia é bela.
Rainer Maria Rilke, Livro das Horas, Livro Primeiro: O Livro da Vida Monástica (in Poemas, As Elegias de Duíno, Sonetos a Orfeu, Editorial Asa, Porto, 2003⁵, trad. Paulo Quintela)
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