Em 343, o rei Filipe da Macedónia convidou Aristóteles a tornar-se tutor de Alexandre em Pela. Durante quatro anos, o filósofo encarregou-se da educação de Alexandre e, passado este tempo, Filipe encarregou-o de supervisionar os trabalhos de reconstrução de Estagira, cidade de onde Aristóteles era oriundo e que fora devastada pela guerra.
Cumprida esta tarefa, Aristóteles resolveu regressar a Atenas, onde anteriormente (367) fizera a sua educação. Aqui viria a fundar uma escola que pôde competir com a Academia do seu mestre Platão, e que se passou a chamar Liceu, assim baptizada porque fora dedicada a Apolo Lyceos, deus de pastores, e porque foi edificada no bosque que lhe estava consagrado, na parte Leste de Atenas. O edifício da escola albergava uma imensa biblioteca, um museu de história natural e um jardim zoológico, nas suas dependências ensinava-se botânica, os costumes dos bárbaros, música, matemática, medicina, as constituições das cidades gregas, zoologia, etc.
Nenhum dos vinte e sete tratados que se diz terem sido escritos por Aristóteles chegou até nós. O que até nós chegou foi o trabalho da, mais coisa menos coisa, sua última década de vida, ou seja, os apontamentos das suas aulas, por ele e pelos seus alunos coligidos. São estes apontamentos que no séc. I a.C. foram publicados por Andronico de Rodes.
Small talk à parte, quando Alexandre morreu em 323, acolhedor não era propriamente o primeiro adjectivo que os macedónios tinham na ponta da língua para caracterizar Atenas e os atenienses - a cidade antes fora conquistada por Filipe.
No meio da boa disposição geral, os atenienses resolveram fazer ao macedónio Aristóteles o que já tinham feito a Sócrates: acusaram-no de impiedade. Ao contrário de Sócrates, que com disposição pacífica bebeu a cicuta, Aristóteles revolveu que não daria aos atenienses a oportunidade «de pecar pela segunda vez contra a filosofia» e mudou-se para Cálcis, na Macedonia.
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