Coro (cantando)
Um tremor apodera-se de mim ao escutar estes votos:
há muito que tarda o destino,
mas talvez venha em resposta a estas preces.
Ésquilo, Coéforas, 463-4
Estas palavras só poderiam ser ditas por um verdadeiro marxista: alguém que sabe que o destino chegará, que é irresistível e inevitável, só está é um bocadinho atrasado. Aliás, o Coro de escravas que verte librações e reza para ressuscitar o seu senhor é uma ritualização mal disfarçada do Avante pós-Cunhal. Mas parece-me algo forçada a posição de alguns críticos (como Goldhill, Vernant e Pitta) de ler no passo uma alusão ao referendo grego e às oportunidades que este representa para uma certa esquerda neo-pericleana. E já que falamos de Ésquilo.
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