– Sim,
Maslobóiev.
– Portanto, és
cavalo da posta?
– Coisa do
género.
– Pois então,
digo-te o seguinte: beber é melhor! Eu, por exemplo, embebedo-me, deito-me nas
calmas no divã (o meu divã é maravilhoso, é de molas) e imagino que sou,
digamos, um Homero ou um Dante, ou ainda o Frederico Barba-Roxa… É que é
possível imaginarmos tudo. Ora, para ti é impossível imaginares que és Dante ou
Frederico Barba-Roxa, em primeiro lugar porque queres ser tu próprio, em
segundo porque, como cavalo da posta, te está proibido teres desejos. Para mim,
a imaginação; para ti, a realidade.
Fiódor Dostoiévski, Humilhados e Ofendidos, Editorial Presença, 2008.
Fiódor Dostoiévski, Humilhados e Ofendidos, Editorial Presença, 2008.
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